terça-feira, 17 de abril de 2012

Eternidade dos Olhos

Antes do sereno do teu olhar
Eu não conhecia a noite
- A noite do infinito breu.
Noite da invisível luz das estrelas,
Da lua multidimensional.

Antes desse borboletear de pálpebras
Não compreendia o silêncio...
O silêncio inebriado de sons milenares da natureza.

Mesmo antes de ver-te inteira,
Real como uma pintura abstrata
(onde a tinta é cheiro de fruta madura),
Eu era um cego de mil olhos,
Todos irremediavelmente sem destino furta-cor.

Até que mergulhei no tempo
De teu minuto ocular.
Comi a gravidade das horas.
Inventei a gravidez do instante.
E me curei do que os compêndios de medicina chamavam de
: a doença da cegueira eterna.

3 comentários:

  1. Cura numa volta ao tempo, por uma volta ao tempo. Passado-presente; presente-passado. Ponto de partida e chegada... Fiat Lux! E sara-se a "cegueira eterna".

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  2. Eita irmão inteligente e sensível pra danar!! Coisa linda de morrer! Bjs!!

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  3. O olhar guarda tudo
    E se fores cego
    para enchegar os
    outros lados;
    é porque teus olhos
    estão amando.

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